Lembrem-se e não se esqueçam

Por todo Deuteronômio, vemos constantemente o chamado para se lembrar, recordar o que Deus tem feito.

Lembrar o que Deus havia feito por Israel era extremamente importante para que eles se lembrassem de quem eles eram, para se lembrarem do chamado de Deus, para que fossem luz ao mundo.
Lembrar também era importante para que eles não esquecessem que Deus está no controle, que podiam confiar.

Se lembrar do que Deus tem feito, é hoje tão importante quanto foi para Israel, porque, assim como Israel, nós também somos chamados para ser luz.

O cuidado de Deus

Assim como vimos nos últimos estudos dessa lição, o povo de Israel tinha uma tendência a se acostumar com os milagres de Deus. Viviam diariamente perante os milagres de Deus, mas eles se acostumaram, e essas grandes maravilhas passaram a ser algo comum, tão comum que esqueciam que Deus continuava no controle. Não é diferente conosco hoje.

Deus, conforme relatado em Genesis 9:8-17, colocou o arco-íris no céu como uma forma de lembrança, para nos lembrar do juízo que Deus fez sobre a terra em ocasião do dilúvio, e também para nos lembrar da aliança que Deus fez com todos nós, de que o mundo não seria mais destruído por dilúvio. Deus, através do arco-íris, pôs um sinal sobre essa aliança que ele fez conosco.

Entretanto, quando olhamos para um arco-íris hoje, achamos algo normal, algo do cotidiano, não percebemos nisso uma maravilha de Deus, o sinal da aliança, nós nos acostumamos com o milagre e esquecemos do cuidado de Deus.

Mas ainda assim Deus continua cuidando de nós, ainda assim o arco-íris continua aparecendo no céu.

Libertos para servir

Um dos feitos mais marcantes de Deus para o povo do Israel foi a libertação do Egito, onde Deus os tirou da “casa da servidão”, lhes dando liberdade para servir.

Quando estudamos Deuteronômio, vemos que o que Deus fez por Israel tinha um propósito, de que eles fossem luz para outras nações, de que guardassem os preceitos ordenados por Deus e assim serem exemplo.

O próprio ato de obedecer a Deus era uma benção em si, pois, conforme Deuteronômio 4:6-8, viveriam sobre estatutos e leis tão justas que não haviam iguais. A revelação de Deus, seus propósitos, leis e estatutos, eram as maiores bençãos que uma nação poderia querer. Deus os estava instruindo a como viver, os ensinando como serem felizes, como viver em harmonia. Conforme falamos em Que nação há tão grande?, através do viver diferenciado de Israel outras nações os admirariam e assim a luz de Deus alçaria a todos por meio de deles.

Tudo vem de Deus

Quando nos esquecemos de que tudo o que temos vem de Deus, podemos cair em duas armadilhas.

A primeira delas é nos sentirmos orgulhosos por nossas conquistas, nos esquecendo de que tudo que temos vem de Deus, passamos a acreditar que foi nossa força, inteligência e esforço que nos trouxe o que temos, que somos nós os responsáveis por essas conquistas.
O próprio ar que respiramos provém de Deus. Podemos sim desempenhar um papel nessas conquistas através das nossas boas escolhas, mas a própria oportunidade de escolher vem Dele.

A segunda armadilha está na falta de contentamento por aquilo que temos, quando esquecemos que tudo vem de Deus, muitas vezes podemos sentir que não temos aquilo que merecemos, que o mundo é “injusto”.

Tudo o que temos provém de Deus, em proporção e medida certa para que cresçamos e sejamos bençãos.

Quando recebemos bençãos, sejam elas intelectuais, físicas, emocionais ou financeiras, as recebemos para que as compartilhemos. Devemos nos lembrar que elas vieram de Deus, como uma oportunidade para que nós sejamos fonte de bençãos para outras pessoas.

Quando estamos em dificuldades, também devemos nos lembrar que Deus tem algo a nos ensinar nessa situação, mesmo quando as circunstâncias adversas são causadas por nossas próprias más escolhas; Deus ainda, em sua misericórdia, usa da circunstancia para nos ensinar, nos fazer crescer. Precisamos estar atentos aos Seus ensinos.

Ainda que não estejamos em uma situação de dificuldade ou necessidade, ainda assim, em uma sociedade materialista como vivemos, tendemos a querer mais, a acumular mais dinheiro, a querer uma casa maior, um melhor emprego, uma promoção.
Não há nada de errado em querer essas coisas, mas devemos nos lembrar que tudo vem de Deus, na medida e proporção certa. Talvez, não estejamos preparados para uma promoção, talvez uma maior renda e sucesso financeiro poderia nos levar cair na primeira armadilha, comentada acima – o orgulho pela conquista – ou talvez a complexidade que uma casa maior nos traria é tanta, que Deus, por amor a nós, não permite que à tenhamos. Enfim, podem ser tantos os motivos, mas o importante é nos lembrarmos que tudo que temos vem de Deus, em proporção e medida certa para nós.

É Deus quem dá ao homem o fôlego de vida. Nós não podemos originar nada; só podemos juntar aquilo que Deus originou. Ele é nosso guardador, nosso conselheiro; e mais que isso, de Seu liberal suprimento recebemos toda a aptidão, todo tato e habilidade que possuímos. … Tudo que possuís é dom dEle; pois vós nada possuíeis com que o pudésseis criar ou comprar. É dado a você, não para se tornar uma cunha que vos separe dEle, mas para te ajudar à fazer o Seu serviço.

Ellen White em Nos Lugares Celestiais (grifo nosso)

A maior dádiva

O chamado de Deus para Israel se lembrar está relacionado a todo o cuidado Dele para com o povo, mas o maior dos feitos de Deus para Israel, que Deus estava constantemente a lembrá-los, foi o êxodo, foi a libertação da Terra do Egito. Até hoje os judeus comemoram a libertação do Egito por meio da Páscoa.

Nós, cristãos, também temos um grande motivo para agradecer, algo que jamais devemos nos esquecer, que devemos nos lembrar diariamente, que foi a libertação do pecado pelo sangue de Jesus Cristo na cruz.

A vida e morte de Jesus foi a maior benção que poderíamos receber, por meio de Cristo fomos feitos filhos e filhas de Deus; recebemos esperança de vida; fomos feitos sacerdotes de Deus.

Conclusão

Devemos, assim como Israel, nos lembrar de tudo que Deus fez por nós até aqui, Seu cuidado e amor, de que tudo que temos vem Dele e que Ele está no controle. Mas acima de tudo, jamais podemos nos esquecer da cruz, de que Deus veio a esse mundo, viveu como um homem, sofreu, e venceu o pecado para que fossemos salvos, para que tivéssemos vida, vida em abundância.

Convertam o seu coração

Eu entendia o arrependimento, biblicamente falando, como o entristecimento pelo ato falho que cometemos, muitas vezes eu me sentia incomodado pois nem sempre eu me entristecia da maneira que achava que eu deveria, hoje vejo a questão do arrependimento um pouco diferente e gostaria de compartilhar com vocês.

Analogia com uma viagem de carro

Quando estamos em uma viagem, dirigindo em direção a um lugar, e percebemos que nos perdemos em algum ponto do caminho, nós nos sentimos chateados, principalmente quando percebemos que o desvio do percurso foi muito grande, pois nós sabemos que se continuarmos naquele caminho não iremos chegar onde queríamos, esse desvio está nos levando para um outro lugar.

Entretanto, quando estamos dirigindo, o mais importante não é o sentimento de chateação por ter errado o caminho, o mais importante é perceber que estamos no caminho errado e voltar para o caminho correto, o caminho que nos levará ao nosso destino.

Mudança de percurso

No cristianismo é a mesma coisa, nós temos, como cristãos, um ideal a se seguir, o ideal de Cristo, queremos cada dia sermos mais parecidos com Ele, ou seja, temos um destino bem claro.

Quando pecamos nós nos distanciamos desse destino; o pecado é, usando a analogia acima, pegar o caminho errado, o caminho que não nos levará em direção a Cristo.

Quando percebermos o nosso desvio de caminho, nos sentiremos chateados, pois assim como na analogia do carro, percebemos que o caminho que tomamos não nos levará onde queremos. Mas, também como na analogia do carro, o mais importante é percebermos nosso erro e fazermos os ajustes necessários para voltar para o caminho, isso é arrependimento, redirecionar o percurso.

Focar muito no sentimentalismo do arrependimento pode ser perigoso, pois o pecado cometido já não tem mais volta, teremos que conviver com suas consequências. O importante nesse momento é aprender com essa queda e fazer os ajustes necessários em nossa vida para não cairmos mais. Seja esse ajuste aumentar nossa comunhão com Deus, seja remover alguma distração de nossa vida, seja mudar nossa rotina, seja deixar de ver uma pessoa, enfim, cada um terá os próprios ajustes, mas o importante é fazê-los, para que a queda de hoje nos ajude a não cairmos amanhã.

Não estou dizendo que a tristeza por ter pecado é irrelevante, não, ela é importante. Ao percebermos o nosso erro e quão sujo o pecado é, nós naturalmente nos entristeceremos, e essa tristeza nos ajudará a fazermos os ajustes necessário. O meu ponto é que o foco excessivo no sentimentalismo pode nos fazer esquecer que o importante é a mudança, é voltar para o caminho correto.

Reconhecer o erro

Para que haja o arrependimento nós precisamos reconhecer nossos erros, e muitas vezes estamos em uma situação tão complexa na qual não entendemos que nos perdemos em nosso caminho, que saímos do percurso original.

Por esse motivo é importante refletirmos constantemente em que tipo de pessoa temos sido e como isso se assemelha com Cristo, que é nosso ideal. Essa tem de ser uma reflexão profunda e sincera, para que não acabemos como os fariseus da época de Jesus, que acreditando estarem servindo a Deus, só estavam alimentando o orgulho de seus corações com seu legalismo. Estavam em uma estrada bem diferente daquela que leva a Deus, tanto que repudiaram Seus ensinos na pessoa de Jesus Cristo.

Conclusão

Assim como em uma viagem, não é produtivo focarmos em quão longe ou quão perto estamos do nosso destino, mas sim se estamos no caminho certo. Às vezes ficamos ansiosos para chegarmos em nosso destino, isso é normal, mas temos sempre de lembrar que o importante é estarmos seguindo a estrada certa, só assim chegaremos no destino.

Se estivermos caminhando diariamente no caminho certo e na velocidade ideal, com toda certeza chegaremos ao nosso destino (o caráter de Cristo), nem que isso seja após Sua volta.

Escolham a vida

A aliança entre Deus e Israel era baseada na adoração, Israel era a única nação que adorava o Deus verdadeiro. Deus estava sempre a alertá-los a não se desviarem e nem adorarem outros deuses.

Quando olhamos para o contexto daquela época, vemos que essa adoração a outros deuses estava baseada na busca de prosperidade e riquezas, esperavam que alcançando o favor desses deuses, feitos por mãos humanas, encontrariam o que precisavam.

Trazendo para o nosso contexto, consigo ver um paralelo entre o que buscamos hoje. Hoje não é muito comum pessoas adorando outros deuses buscando chuva, uma melhor colheita e etc, mas o que mais temos buscado nos dias de hoje, que acredito que em resumo era o que as pessoas da época de Israel também buscavam, é a felicidade; hoje queremos ser felizes e estamos sempre à buscar a tão sonhada felicidade.

Deus sabe o que é melhor

Deus sabia o que era melhor para o povo de Israel e estava presente para suprir suas necessidades, como Israel tinha uma tendência a esquecer dos Seus cuidados e maravilhas, Ele estava sempre a lembrá-los de tudo o que já tinha feito por eles, e de todas as promessas que ainda iria cumprir, os lembrando da grandeza dos sonhos que havia sonhado para eles.

Quando Deus pedia para eles não se desviarem de Seus estatutos e nem adorarem outros deuses, Ele sabia o que era melhor para Israel, sabia que esses deuses feitos de madeira, pedra e metal não iriam trazer aquilo que eles procuravam, muito pelo contrário, as práticas realizadas em “adoração” a esses deuses eram destrutivas e imorais, portanto Deus os alertava para que não se envolvessem nessas práticas, pois só encontrariam morte, mal e maldições.

O mesmo se dá conosco hoje, ouvir a voz de Deus e seguir seus mandamentos não significa uma vida sem graça e sem alegria, muito pelo contrário, só seguindo as orientações que Deus deixou para que vivamos uma boa vida que poderemos encontrar a verdadeira felicidade.

Prazer e felicidade

Nós temos a tendência de correlacionar a felicidade com o prazer, pensamos que quanto mais prazer sintamos, mais feliz seremos, então buscamos todo o tipo de atividades que nos estimulará prazeres.

Entretanto essa é não é uma boa correlação, diversos estudos sobre a felicidade apontam que a felicidade não está relacionada aos estímulos do prazer, mas está mais relacionada a se ter um propósito e relacionamentos saudáveis. Quando dizemos que riqueza e fama não trazem felicidade, é uma verdade que conta com suporte científico, pois riquezas e fama podem sim nos trazer prazeres, mas não poderão, por si só, nos trazer propósito e nem construir relacionamentos saudáveis, isso cabe a nós.

Esse erro, em correlacionar a felicidade com o prazer, não é algo novo, os filósofos gregos já advertiam sobre esse perigo, sempre alertando que uma vida virtuosa seria mais feliz que uma baseada nos prazeres, mesmo que as crenças populares digam o contrário.

A adoração nos dias de hoje

Atualmente, ao buscarmos a felicidade, estamos caindo na mesma armadilha que Israel, adorando outros “deuses” pensando que assim conseguiremos o que queremos. Ao nos desviar dos padrões morais de Deus para “sermos felizes”, estamos fazendo exatamente o que Israel fez ao se afastar de Deus para adorar outros deuses, estamos buscando a felicidade em lugares onde só há dor e desespero.

Nossa existência ainda é determinada pela adoração, sobre qual tem sido o nosso deus. Hoje a adoração a Baal não é algo comum, mas temos adorado a outros deuses buscando a felicidade. Nós nos afastamos dos estatutos de Deus para adorarmos os deuses da luxúria, da preguiça, da inveja, da intelectualidade, enfim, são muitos os “deuses” da modernidade.

Temos buscado a felicidade em uma vida desregrada, baseada na satisfação do prazer, do ego, do orgulho, mas assim como Israel não encontrou o que buscava nos deuses de madeira, pedra e metal, nós também não iremos encontrar nesses novos deuses.

Conclusão

Parece muito chato dizer que a vida feliz será aquela vida equilibrada, onde cultivemos hábitos saudáveis, bons relacionamentos, disciplina e etc. Nos parece muito mais interessante uma vida cheia de estímulos, viagens, sexo, festas, fama, (chocolates rs), mas estamos enganados, esses estímulos trarão sim uma euforia momentânea, mas isso não é felicidade, é algo passageiro.

Quando vivemos uma vida de excessos, buscando assim sermos felizes, acabamos vivendo uma vida destrutiva, física e emocionalmente, enfraquecendo nossas relações, vivendo uma vida fútil, sem relações duradouras e sem um propósito de viver, ou seja, ao buscarmos tão cegamente a felicidade, só encontraremos o desespero de uma vida sem propósito.

A felicidade não pode ser o sentido da vida! A felicidade virá apenas quando estivermos caminhando em direção a propósitos mais elevados.

Lei e graça

Por toda a bíblia vemos Deus a chamar o povo para seguir Suas leis e estatutos, entretanto esse não é um chamado para fazer algo impossível ou por suas próprias forças, mas a Lei são os estatutos de Deus que o povo deve seguir, mas o seguir de fato, só será possível com a ajuda de Deus, Ele os guiará e dará forças e condições para que possam, se assim o escolherem, servir a Deus.

Somos seres morais

Nós, assim como os anjos, fomos criados como seres morais, isso implica a existência de uma lei ou norma moral a ser seguida. Quando Lúcifer – o primeiro ser a se desviar de padrão moral – decidiu deixar de seguir essa Lei moral, o pecado então passou a existir. Até aquele dia, o pecado era apenas uma potência, quando Lúcifer usou de seu livre arbítrio e escolheu viver de forma diferente do padrão moral divinamente estabelecido, o pecado passou de uma potência a uma realidade, entretanto a nossa existência moral já existia, o padrão moral, a Lei, já existia, pois é algo divino e eterno, está diretamente relacionada com a natureza de Deus, e nós fomos criados como seres morais para sermos participantes dessa natureza.

Apenas a graça de Deus nos permite seguirmos Sua Lei

Ao nascermos em pecado e em rebelião contra o Céu, nossa força não é o suficiente para que sigamos o padrão moral para o qual fomos criados, pois vivemos em um mundo já em rebelião, somos criados para sermos rebeldes, nossas paixões são instigadas, desde o nosso nascimento, para se voltar contra o padrão moral divino, sozinhos temos dificuldade até mesmo de perceber o padrão moral que deveríamos seguir.

Mas a graça de Deus nos salva, Deus se dispõe, por meio de sua Graça, a nos da força e discernimento para vivermos segundo Seus estatutos, basta que O busquemos e entreguemos nossa vida a Ele, e Ele prontamente nos dará a força necessária.

Tudo que o homem possa fazer sem Cristo, está poluído de egoísmo e pecado. É unicamente a graça de Cristo, pela fé, que nos pode tornar santos.

Ellen White em Caminho a Cristo

A obediência à Deus é para nosso próprio bem

Seguirmos a Deus não é uma renúncia a quem nós somos, na verdade, é uma renúncia a quem pensamos que somos, uma renuncia ao que nos tornamos por termos sido criados nesse mundo em rebelião, é um reencontro com quem nós somos de verdade, é uma volta à nossas raízes, uma harmonização com os estatutos morais pelos quais nós nascemos para viver.

Quando olhamos para as Leis de Deus, vemos nelas um guia para vivermos uma boa vida, não apenas espiritualmente falando, o que Deus pede para nós abrange até mesmo nosso bem estar físico e emocional. Ao nos afastarmos do plano de Deus para nossa vida, acabamos adotando padrões destrutivos, que causam dor a nós e as pessoas ao redor; Deus por seu infinito amor nos chama de volta, a vivermos o que ele planejou, para que não mais soframos com nossa má conduta.

A Lei e a Graça trás liberdade

Assim como Deus, mediante sua Graça, libertou o povo de Israel do Egito, da terra de escravidão, para que eles pudessem novamente viver segundo o padrão moral para o qual foram criados e assim serem um exemplo para todas as nações da Terra, o mesmo ocorre com conosco hoje. Vivemos escravos de nossas próprias paixões, vícios, orgulho, ambições; nós perdemos o controle de nossa vida, pois nossas decisões são tomadas em cima de nossos próprios vícios. Mas Deus está pronto a nos libertar, a remover as correntes que nos tem prendido e nos dar a liberdade para vivermos uma vida segundo nossa própria natureza moral, uma vida santificada.

Quais são os Egitos da sua vida? Quais as grandes libertações que Deus já fez por você? De quais “casas de servidão” o Senhor te libertou? O Egito de nossas vidas podem ser situações adversas, realidades das quais não conseguiríamos nos livrar sozinhos, pecados acariciados, orgulho, enfim, qual foi o Egito do qual Deus o libertou? Quão fácil é esquecer dessas libertações de Deus e pensar que sempre estivemos nesse estado de liberdade, estado esse conquistado pelo próprio Deus para que sejamos Seus filhos e filhas e que brilhemos Sua Luz.

Conclusão

Assim como à Israel, Deus tem nos chamado a voltarmos, a voltarmos a ser quem realmente nascemos para ser, a vivermos os padrões morais para o qual fomos criados e assim sermos filhos e filhas de Deus, a sermos participantes da natureza divina. Deus por meio de Sua Graça nos dará a força, nos resgatará dos Egitos da nossa vida. O que precisamos fazer é escolher se entregar, é permitir que Sua Graça seja viva em nossa vida, se fizermos isso, veremos a transformação acontecer, veremos os mares vermelhos de nossa vida serem abertos e os Egitos ficarem para trás, veremos a libertação e poderemos brilhar a Luz que vem de Deus para que mais pessoas possam também aceitar essa liberdade que vem por meio da Graça.

Que nação há tão grande?

Quando olhamos para Deuteronômio, vemos Deus lembrando o povo de seu cuidado e proteção, de como os tirou do Egito, como os sustentou no deserto, não deixando nem que suas roupas envelhecessem, mas além de lembrá-los das bençãos, vemos Deus também os alertando que não se esqueçam Quem fez tudo isso por eles, para que não se afastem dos estatutos que Ele havia dado.

O povo de Israel foi escolhido por Deus para ser luz, para levar Deus a outros povos, então, se Israel não se lembrasse de quem Deus foi para Eles, e não guardassem os mandamentos que Deus os deu, eles deixariam de ser luz e assim o mundo ficaria em completa trevas, perdido em confusão, talvez algo bem parecido com o mundo antes do dilúvio. Se Israel deixasse de ser luz, o mundo estaria sem esperança.

Quando olho para nossos dias enxergo a mesma situação, Deus constantemente cuidando de nós, nos guiando e guardando para que sejamos luz, para que através das bençãos de Deus em nossa vida outros possam também ver a Deus.

Cuidado de Deus com o Povo

Israel convivia diariamente com os milagres de Deus, diariamente eles recebiam o maná, em 40 anos no deserto a roupa deles não estragavam. Eles estavam no deserto, mas mesmo assim “nunca ficaram com os pés inchados” (o que indicaria desidratação e insolação).

Imagina, viver em meio a todos esses milagres diários, que benção seria, não? O ponto é que hoje em dia também vivemos diariamente milagres diários. Certo que não recebemos o maná do céu, ok, mas e a saúde, seja ela física ou mental, que nos permite trabalhar e assim conseguirmos nos sustentar? Mesmo aqueles que não trabalham, essas bençãos chegam a nós passando por aqueles que hoje nos têm sustentado. Deus continua cuidando de nós e operando milagres diários da mesma forma, o ponto é que nos acostumamos com a benção.

Cada momento de nossa vida temos sido participantes das bênçãos de sua graça, e por esta mesma razão não podemos compreender plenamente as profundezas da ignorância e miséria das quais fomos salvos.

Ellen White em Caminho a Cristo

Ou seja, as vezes justamente por sermos tão abençoados que deixamos de perceber essas bençãos.

É super importante se lembrar desse cuidado, pois em momentos difíceis iremos lembrar que Deus continua no controle e que Ele está atuando muito além do momento presente, o trabalho de Deus é para a eternidade.

Se desviar dos planos de Deus, traz consequências

No texto chave dessa semana, Deuteronômio 8, vemos Deus advertindo o povo a não se esquecerem Dele e nem se desviarem dos seus mandamentos, quando lemos isso tendemos muito a pensar como “retiradas” dos mandamentos de Deus, no sentido de deixar de fazer o que Deus mandou, mas quando lemos o início do capitulo 4, Deus deixa explícito que não devemos, além de não retirar, acrescentar nada a lei de Deus, pois os estatutos de Deus são perfeitos e imutáveis.

Muitas vezes tendemos a moldar a “deus” segundo nossas próprias vontades e paixões, fazendo coisas em “nome de Deus”, o problema de quando fazemos isso é que deixamos de seguir o Deus bíblico, único e verdadeiro, e começamos a seguir um deus criado por nós mesmo. Quando olhamos para história, vemos muitos desses deuses criados se passando pelo verdadeiro Deus, um exemplo mais marcante é o “deus” pelo qual o próprio Jesus foi morto.

Quando nos desviamos dos planos de Deus, deixamos de viver o ideal de Deus, e isso traz consequências, pois passamos a viver segundo nossas próprias vontades, que são falhas, cometemos erros que trazem dor para nós e para as pessoas ao redor. Imagine como seria se Israel tivesse sido a nação que Deus queria que eles fossem, se eles não tivessem se afastado dos estatutos de Deus e tivessem permitido Deus operar Seu plano neles. Extrapolando ainda mais, imagine se Adão e Eva não tivessem se rebelado, quanto sofrimento e dor teriam sido poupados?

Chamado para testemunhar

Deus guardou o povo de Israel, e os abençoou, pois tinha um plano para eles, de que fossem suas testemunhas, que levassem luz para o mundo, mas só seriam luz se guardassem os mandamentos de Deus, só assim haveria esperança para os outros povos.

Sua obediência à lei de Deus os tornaria uma maravilha de prosperidade ante as nações do mundo. Ele que lhes podia dar sabedoria e perícia em todo artifício, continuaria a ser seu mestre, e os enobreceria e elevaria pela obediência a Suas leis. Se fossem obedientes seriam preservados das enfermidades que afligiam outras nações, e abençoados com vigor intelectual. A glória de Deus, Sua majestade e poder deveriam ser revelados em toda a sua prosperidade. Deveriam ser um reino de sacerdotes e príncipes. Deus lhes proveu toda a possibilidade de se tornarem a maior nação da Terra.

Ellen White em Parábolas de Jesus

Quando olhamos para nossa vida, para as bençãos recebidas, precisamos perceber que isso foi nos dado por um propósito, precisamos ser luz, o mundo precisa de esperança e nós precisamos deixar nossa luz brilhar, precisamos salgar essa terra. É nosso dever como filhos e filhas de Deus viver esse amor para que outros também o possam viver.

Deus dará a força para vencer

Deus não nos dá uma tarefa impossível de ser feita, Deus nos chama para testemunhar, mas se coloca prontamente a nos dar a força necessária para vencer.

O que nós precisamos fazer é buscarmos essa força, através da oração, do estudo, da comunhão; estaremos aptos a vencer. Como diz 1 Coríntios 10:13, não seremos tentados naquilo que não podemos vencer.

O problema é que muitas vezes nós não queremos vencer, nós escolhemos proativamente sermos fracos. Bem lá no nosso intimo falamos “Vou parar de orar porque se eu continuar orando vou vencer essa tentação”. Nós escolhemos cair.

Mediante o conveniente exercício da vontade, pode operar-se em vossa vida uma mudança completa.

Ellen White em Caminho a Cristo

Deus nos dará a força, basta escolhermos, mediante nossa vontade, se render a Ele.

Ser luz é uma benção, mas também é um dever

O cuidado de Deus, o propósito de Deus em fazer Israel uma grande nação era para que eles fossem bençãos para todos os povos da terra.

Conosco é o mesmo, as bençãos de Deus não são apenas para nos engrandecer, mas para que sejamos bençãos.

Vivemos em um momento complicado da história, as pessoas estão confusas, hoje é difícil saber o que é certo e o que é errado, o que é justo e o que é injusto, o que é bom e o que não é. Se nós não brilharmos, as pessoas que estão ao nosso redor terão de passar a vida nessa escuridão, não conseguirão enxergar. Se não brilharmos, o mundo continuará a viver nas sombras, assim como no mito da caverna de Platão.

Devemos viver os preceitos de Deus para sermos luz

Só seremos luz se vivermos os preceitos de Deus, se vivermos sob a luz que Deus tem nos dados, se vivermos as bençãos que temos recebido.

Assim como Israel, se a igreja não viver os propósitos de Deus, perderemos nossa razão de ser. Se não vivermos a fé que professamos, não brilharemos, seremos sal, porém sem gosto.

Nós somos a igreja da promessa, a igreja da profecia, mas precisamos viver essa promessa, ou então, assim como Israel, deixaremos de viver o sonho que Deus sonhou para nós.

Conclusão

Em um mundo confuso como o nosso, Deus ainda assim tem nos guardado, nos abençoado, nos dado clareza e revelado seus propósitos em nossa vida; mas nós precisamos fazer nossa parte, precisamos brilhar, deixar a luz de Deus ser refletida em nós, precisamos compartilhar o que sabemos, precisamos viver o que sabemos, precisamos ser luz, individualmente, e também como igreja. Precisamos brilhar!