A grandeza está no coração do homem, buscamos a grandeza, queremos viver uma grande vida, vivemos apenas uma vez e queremos que essa seja a melhor vida que pudermos viver.
Essa ideia de grandeza, também tem estado a muito tempo em minha mente, venho buscado ser o “melhor” que eu posso, em querer conquistar coisas que me farão grande, em me destacar, em não viver uma vida “comum”.
Mas assistindo alguns filmes como About Time e Yesterday, passei a refletir sobre esse enfoque da vida comum, de que muitas vezes uma vida “ordinária” é a vida mais fantástica que podemos viver.
O que constitui uma vida “grande” e uma vida “ordinária”?
Algo grande se diferencia de algo ordinário pelo fato de não ser algo comum, de ser especial, de algo que o diferencia das outras, que não é facilmente substituído, que possui um valor sem igual, um valor único.
Olhando por esse ponto de vista, podemos afirmar que todas as vidas são grandes, que não há vidas ordinárias, pois cada vida conterá sua própria parcela de individualidade. Cada um veio de lugares diferentes e com histórias diferentes, o que faz com que todas as vidas sejam únicas.
Mas para que consigamos continuar em nossa reflexão, vamos dizer que uma vida ordinária seja aquela que a maioria poderia viver, sem destaque. O problema com essa abordagem é que o que conseguimos perceber como destaque, sempre estará relacionado a fatores externos ao próprio ato de viver, julgaremos aquilo que conseguimos ver, e muitas vezes iremos usar as medidas erradas para medir a grandeza da vida.
Por muito tempo nós julgamos como uma pessoa de destaque aquelas as quais possui uma boa notoriedade pública, fama; e aquelas que possui posses financeiras, pessoas ricas. Esses são parâmetros quantitativos, e por isso são mais “fáceis” de avaliar, o problema é que nós já sabemos – através de muitos exemplos – de esses não são bons parâmetros para se julgar uma “grande vida”, pois muitas pessoas com fama e bens materiais muitas vezes vivem uma vida “miserável”, no sentido de uma vida triste, solitária, deprimente. Então, por mais que tais pessoas conseguiram grandes realizações, não me parecem estar vivendo uma grande vida, no sentido que falamos acima, de ser a melhor vida que podemos viver.
Quando olhamos para a filosofia clássica grega, e seu estudo da ética (ética no sentido original da palavra, que seria algo como “a arte de viver”), vemos parâmetros bem diferentes para determinar o que seria a boa vida.
Naquela época já era o senso comum buscar a grandeza na fama (ou honra) e posses financeiras, entretanto para os filósofos esses não pareciam bons parâmetros para se julgar uma “boa” vida.
Para os filósofos como Aristóteles, Platão e Sócrates, a boa vida seria aquela vivida virtuosamente, aquela em que se abria mão de prazeres vulgares para desenvolver virtudes, uma vida guiada pela razão e não pela emoção/prazeres.
Definir a própria grandeza
Como falamos acima, a busca da grandeza faz parte do ser humano, queremos viver nossa vida da melhor maneira que pudermos. O problema é que se não tivermos clareza no que realmente queremos como pessoas, vamos acabar interpretando como grandeza as qualidades quantitativas externas, que serão mais fáceis de julgar, como riqueza e fama.
Ao não ter claro o que significa a grandeza para nós, o que realmente queremos como pessoa, entraremos na ansiedade do materialismo, sempre querendo mais e mais, nunca estando satisfeitos, e sempre pensando que com a próxima conquista, seja ela uma promoção, um melhor físico, uma casa, ou até uma ilha, nós nos sentiremos felizes, realizados, nos sentiremos grandes.
Mas a verdade é que nenhuma conquista nos trará realização se ela não estiver alinhada com nosso senso mais íntimo e pessoal do que é a grandeza para nós, aquilo que aquece nossos corações.
A grandeza na vida comum
Assim como há muitas pessoas ricas e famosas que não são grandes, há muitas pessoas que são grandes, mas sem terem alcançado fama e riqueza, são pessoas que atingiram a excelência como pais, como pensadores independentes, pessoas que são excelentes em apoiar outras pessoas com problemas, pessoas que aprenderam lidar com as adversidades da vida e tirar o melhor que podem de cada uma delas, enfim, a vida é tão complexa e há inúmeras maneiras de se desenvolver e alcançar a grandeza.
Muitas vezes, não há fama ou riqueza por trás dessas conquistas, mas há mais do que isso, há o pertencimento, o contentamento, há a felicidade.
Conclusão
O que é grandeza para você? Que áreas da sua vida você vê oportunidades para masterizar? Você quer ser um melhor pai, uma melhor mãe? Quer ser um bom amigo com uma boa inteligência emocional e palavras de conforto para quem precisa? Quer conquistar a liderança de sua família e levá-los a desenvolverem a grandeza individual de cada um? Enfim, não importa qual seja a grandeza que esteja buscando, o importante é perceber que o sucesso é individual, ele pode ou não estar relacionado com visibilidade externa. O mais importante é não tomarmos os sonhos de outros, os sonhos das massas, como nossos.
Somos únicos, nossa grandeza é única, e não só pode como há sim grandeza na vida “comum”!